Como um movimento social e político, tem que estar junto, tem que estar integrado. A gente junto é forte, a gente junto é potência e isso é a regrinha mais antiga que existe. Então quando a gente se separa por coisas mal conversadas, mal dialogadas, ou por falta de interesse, é a gente que sai perdendo, entendeu? A gente não tem um a força pra poder ir lá debater uma lei, pra poder ir lá e falar: Insere o Hip Hop na escola como uma matéria curricular, assim como filosofia, assim como matemática. Porque tem essa condição sim. É uma potência muito grande o Hip Hop dentro das escolas. É mais do que só dançar, entendeu? Mas é o que eu tô falando... envolve todas as artes e tem gente que acha que arte é perigoso. Eu entendo que não é interessante pra eles amplamente ter tantas cabecinhas assim cozinhando informação inteligente, então... pra alguém é interessante que a gente não se una mesmo, que não esteja mais conectado.

Carol Nola, 2021
O Gira FunkStyle reúne artistas de diferentes regiões periféricas de São Paulo, com diferentes experiências e linguagens corporais para investigar possibilidades de criação dentro das danças urbanas.
O coletivo H2Mob é formado por mulheres que desenvolvem performances onde o corpo representa ancestralidade, história e identidade, por meio da cultura Hip Hop, tendo o Breaking como carro chefe em consonância a outras linguagens que permeiam e compõem essa cultura.
Participa da roda de danças urbanas, aberta e semanal, Prática CCSP. Não é um grupo fechado, a quantidade de participantes varia muito e eles podem vir das mais diversas regiões da cidade e país. Foi fundada em 2017 por Dil RL, que passa a frequentar o CCSP para treinar, a convite de Igor (Trakinas). Aos poucos foram se estruturando essas mini-jams regulares e organizadas.
O breaking vem de um contexto social, do Bronx. Tudo começou lá, Estados Unidos. O pessoal era, era abandonado, digamos assim, pelo governo... Existia muito desemprego... As pessoas não se entendiam muito bem enquanto cidadãs ali. Então, era muito comum a violência entre bairros, entre gangues. Até que as próprias pessoas dos bairros começaram a ter uma noção maior de que não era pra ser daquela forma, que não era pra ser daquele jeito. Tem um, um livro, da Bgirl Cris, Cristiane Dias, que é bem detalhado, sobre essa história... Mas a partir desse acordo de paz que foi feito entre os líderes das gangues, as pessoas começaram a circular nos outros bairros, começou a ter um fluxo maior. E as festas começaram a acontecer. E dentro dessas festas que surgiram as danças sociais... Então, a partir desses momentos mais alegres, resolviam suas pendências nas próprias rodas de dança dessas festas. Então as pessoas já não se, se golpeavam, não se matavam, não se espancavam... Aí que surgiu esse contexto mais de batalha, de equipes... Agora, a movimentação da dança em si, ela ganha bastante influência do que tava acontecendo na época. Então, naquele período, do finalzinho dos anos 70-80, o que que era que tava rolando ali, pra falar da era? Bastante filme de arte marcial, tinha influência do, do Bruce Lee bastante forte... E também as práticas das pessoas com o esporte... ginástica olímpica, que era feito nas escolas... a galera pegava aquilo do movimento da ginástica e colocava ali na dança... Tem vários pontos que foram formando essa dança, ela não partiu do nada. Ela veio de todo um, um contexto social, político e cultural. Recebeu influência também musical da cultura latina, então ela é bastante rica.

Carol Nola, 2021
A primeira mulher a começar a praticar o Waacking no Brasil foi a Bgirl Morgana Apuama. Há uma entrevista com ela e com outra dançarina francesa renomada, a Sonia Soulshine, quando esteve aqui. Durante a entrevista, Morgana conta como foi a descoberta dessa dança por ela. Essa mulher é uma Grande Potência na Dança Urbana desde antes até hoje.


Carol Nola, 2021