No início, ela é esse corpo invisível. É muito louco falar isso, porque por mais que a gente diga que já codificou as coisas, não é pista de dança. Codificamos, conseguimos já visualizar essas matrizes, isso faz parte de um "labanotation", sabe? De um lugar do imaginário de quem constrói, desse universo do professor de dança. Isso não é aquilo que realmente é o orgânico da balada. O orgânico da balada é outra coisa, é o invisível. A gente consegue, tecnicamente falar: "ah, tá, eu reconheço... isso é comum... isso comum... isso é tal matriz de movimento", ok, dá pra dizer. Mas também sempre tem o: "meu, eu faço o que eu quiser, do jeito que eu quiser". É muito maluco. Porque tem uma coisa que é você conseguir vivenciar pra reconhecer aquele sotaque corporal. Tem que vivenciar, não tem jeito. Posso ensinar vários processos, mas uma parte você vai ter que vivenciar, se não você não vai viver nenhum.

Evandro, 2020.

Método de ensino de Forró Dança, desenvolvido por Evandro Paz e iris De franco. O trabalho desenvolve o jogo de corpo das baladas; conceitos para a dança a dois; metodologia e didática para professores; matrizes de movimentação do Forró Urbano; dinâmicas do sentir a dança; história e lifestyle do Forró Urbano; técnica e criatividade para desenvolvimento de estilo individual.
Eu nunca saí do movimento. Eu por acaso tava desde que começou na USP... Quando abriu o Projeto Equilíbrio, que é a primeira casa, ali na, em Pinheiros, na Eugênio de Medeiros, do lado da Marginal... Depois abriu o Remelexo, a Casa do Forró, o KVA, Danado de Bom... Até que, resolveram abrir o Canto da Ema... Acompanhei mesmo. Acompanhei o movimento que saiu em 2005... do pessoal sair do país e começar a dançar na Europa... Em 2010 comecei e ir pra fora e ver lá fora o começo do que aconteceu aqui a 10 anos atrás... O que aconteceu isso aqui em 95 aqui, começou em 2005 lá... Fiquei 10 anos indo lá fora. Aí vi o processo começar de novo lá fora. Tocando as músicas que que tavam tocando há 10 anos atrás, eles tocando lá como se fosse contemporânea.. A gente era um movimento que tinha acontecido o Fala Mansa, lá no Remelexo, em 98, sabe? E eles em 2008, 2010, 2012, tocando aquilo, olha que doido, daquele momento...

É impressionante, hoje pra mais de cem festivais... foi crescendo exponencialmente, virou um negócio que foi longe... hoje é um monstro, cara. É uma coisa, assim que você não acredita. Eu fui no Japão em 2017, fiquei impressionado, já fui na Austrália, já fui em Nova Zelândia... Estados Unidos... a Sul América, aqui, também. É impressionante como virou um business lá fora.

Aí de repente um forró nipo-japonês, lá em Tokyo... Tem um monte. Tem em espanhol, tem em francês, tem em alemão, tem em inglês, obviamente, tem em holandês, tem dinamarquês, já encontrei em grego, aí em japonês... cê fala, quê? Não é possível, cara!

Evandro, 2020.