O Hip Hop fala muito de identidade, da autoestima da pessoa que é periférica, que é negra, que de alguma forma é sabotada pelo sistema. Então além de ser uma cultura artística, ela tem também esse cunho militante completamente. Nas letras de rap fica muito visível, nas letras dos MCs, nos desenhos, nos grafites, na dança, no corpo que é político. Então ele acaba sendo bastante militante.

Mika Kuma, 2020.
Participa da roda de danças urbanas, aberta e semanal, Prática CCSP. Não é um grupo fechado, a quantidade de participantes varia muito e eles podem vir das mais diversas regiões da cidade e país. Foi fundada em 2017 por Dil RL, que passa a frequentar o CCSP para treinar, a convite de Igor (Trakinas). Aos poucos foram se estruturando essas mini-jams regulares e organizadas.
Eu tô com uma outra questão, que foi até o tema do meu TCC, que é a questão do rap nacional. O rap nacional a gente não dança, dança rap norte americano. A maioria dos dançarinos de hip hop dançam o rap norte americano, por causa das batidas que são um pouquinho mais rápidas. O rap nacional agora que tá começando umas batidas mais rápidas... eu gosto muito de rap nacional. É bem difícil de encaixar o bounce no rap nacional, mas o que eu consigo dançar eu consigo entender... "Ah, tô conseguindo dançar hip hop nessa musica!", geralmente é o Djonga. O interessante do rap nacional é isso, você entender o que tá falando. Você poder dançar com seu corpo algo que você tá entendendo. Porque quando você vai ver, com as traduções das musicas norte americanas, você dançou uma coisa que você não tava sabendo o que vc tava fazendo, não sabe o que que aquela pessoa tava falando naquela musica, então como é que vc vai confiar?

Mika Kuma, 2020.
Referência das danças urbanas, do Hip Hop, no Brasil, é o Henrique Bianchini... o que ele recomenda é que a gente estude o pessoal que criou o Hip Hop. Ele não fala só da parte teórica, retórica do Hip Hop, tem a parte da dança também, agrega em tudo...

Mika Kuma, 2020.